15 de mai. de 2010

Fla X Vitoria

Na estreia do uniforme que foi batizado pela torcida de "tabajara", o Flamengo nadou e nadou no “mar revolto” do gramado encharcado do Barradão, mas acabou morrendo na praia ao sofrer um empate ao 40 do segundo tempo para Vitória, em Salvador. Vestindo azul e amarelo e com o escudo do remo na camisa, Vagner Love marcou o gol carioca. Elkeson foi responsável pelo empate por 1 a 1, em jogo marcado pela chuva.
Depois de ser derrotado na última quarta-feira, pelo Universidad de Chile, no Maracanã, o Flamengo não conseguiu superar os donos da casa, cuja torcida fez de tudo para provocar. Seja com os gritos de Grafite, em alusão a não convocação de Adriano para a Copa do Mundo, ou com uma faixa na arquibancada com os dizeres “Nordestino de coração torce pelo time da sua região”. Com o primeiro ponto conquistado no Brasileiro, o Vitória volta as suas atenções para o duelo contra o Atlético-GO, quarta-feira, no Barradão, pela semifinal da Copa do Brasil. Como perdeu por 1 a 0, em Goiás, o time baiano precisa vencer por dois gols de diferença para avançar à decisão pela primeira vez na história.
Na próxima quinta-feira, em Santiago, o Flamengo precisará vencer o Universidad de Chile, por dois gols de diferença para chegar à fase semifinal da Libertadores. Ou por um, se marcar quatro vezes. Se devolver o 3 a 2, do jogo de ida, no Maracanã, a decisão será nos pênaltis.
Muita chuva no Barradão
O vitória entrou em campo tendo de superar alguns desfalques. O lateral Nino e o meia Ramon Menezes não jogaram por causa de lesão, e Bida, com dores no joelho, foi poupado. O zagueiro Wallace estava suspenso, após expulsão na estreia contra o Palmeiras, e o lateral-esquerdo Egídio não pôde jogar por uma cláusula do seu empréstimo, que o proíbe de atuar contra Flamengo. O goleiro Viáfara foi poupado com dores musculares na coxa direita.
Já o Flamengo entrou em campo estreando seu terceiro uniforme azul e amarelo, em homenagem às cores da fundação do clube, e com mudanças táticas promovidas por Rogério Lourenço. Rômulo e Maldonado foram barrados pelo técnico, que deu oportunidade a Toró e Michael argumentando que precisa de mais velocidade no meio de campo. De resto, ele optou pela sua força máxima, inclusive com Álvaro, recuperado de problema na panturrilha direita, no banco.
A chuva que caiu em Salvador e deixou o gramado escorregadio não foi suficiente para apagar o ímpeto dos “remadores de azul-amerelo” no início do primeiro tempo. Ao contrário da postura que teve contra o Universidad de Chile, na última quarta-feira, o Flamengo começou o jogo atacando o adversário e sendo perigoso. Tanto que começou abrindo o placar com Vagner Love, aos 2 minutos, quando Adriano cruzou na área, o goleiro tentou cortar e a bola escorou na barriga do atacante.
As ações do Flamengo aconteceram sempre pelo lado esquerdo do ataque, onde o Vitória dava muitas brechas na marcação. Mas a superioridade do time carioca também foi vista nas trocas de passe e marcação. Com Júnior isolado na frente, os donos da casa tiveram dificuldades para penetrar na defesa do Flamengo. As principais ameaças aconteceram no jogo aéreo, seja em cruzamentos ou escanteios.
Mas a grande dificuldade, para os dois times, foi o controle de bola. Com a forte chuva, o gramado ficou encharcado e em diversos momentos os jogadores foram enganados pelo quique da bola. Tanto que o ataque mais periogoso do Vitória, aos 34, saiu de um contra-ataque em as poças d’água foram sendo superadas até que o time chegasse à area adversária.
Outra mazela trazida pela chuva foi a quantidade de erros de passe. Como correr com a bola era praticamente impossível, os times passaram a tentar tocar a bola mais pelo alto, aumentando a exigência técnica dos jogadores. Tirando um erro ou outro (alguns até por confusão com o uniforme), o Flamengo conseguiu se manter superior e teve mais chances de finalização.
Na saída de campo, os jogadores deram declarações que retrataram como foi o primeiro tempo.
- O gramado está sem condições. Foi bom que marcamos no início - disse Love.
- Temos aproveitar mais as bolas alçadas na área e uma bobeira do Flamengo para tentar empatar - disse Júnior.
Panorama continua o mesmo
Com menos chuva, o campo mostrou melhoras no início do segundo tempo. Mesmo assim, o Vitória começou fazendo valer o discurso de Júnior e alçou muitas bolas na área. Conforme a pressão do time da casa aumentava, a chuva fazia o mesmo. Em ritmo bem mais lento e mais recuado, o Flamengo quase sofreu o empate, aos 8 minutos, em uma cabeçada de Uellinton.
Com o gramado voltando a ficar encharcado, o jogo voltou a apresentar os mesmos erros de passe do primeiro tempo. Com isso, as ações dos times voltaram a se equilibrar. Mesmo assim, as chances de gol foram escassas. O primeiro lance mais perigoso só aconteceu aos 26 minutos, em chute de Gabriel que passou rente à trave de Bruno. A jogada foi construída justamente em uma bola alçada na área do Flamengo.
Sentindo que seus times estavam cansados (provavemente por conta do gramado pesado), os técnicos promoveram mudanças. Mesmo assim, o panorama do jogo não mudou. Até mesmo Petkovic, que entrou no lugar de Love, errou passe para Adriano ampliar, aos 36. Dois minutos depois, o Imperador deu mais uma demonstração do seu poder no Flamengo. Rogério Lourenço iria tirá-lo de campo para a entrada de Bruno Mezenga. Mas ele disse que queria continuar em campo e Maldonado entrou no lugar de Toró.
No momento da substituição, o Vitória teve falta perigosa na intermediária e conseguiu o empate. Elkson cobrou com perfeição, Bruno não conseguiu alcançar e a bola entrou no ângulo. A partir daí, os dois times tentaram buscar a vitória, mas o jogo terminou no molhado 1 a 1.

Nenhum comentário:

Postar um comentário